sábado, 23 de abril de 2011

Pedro Paulo Cava e os sanguessugas no teatro


Eis, abaixo, o texto integral de manifestação do diretor Pedro Paulo Cava dirigida ao Sindicato de Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais, a respeito de campanha publicitária do Banco Itaú segundo a qual são brindados seus clientes com descontos em ingressos de teatro.


Não conheço os detalhes do imbróglio, mas reconheço a inquestonável seriedade e a notória credibilidade de Pedro Paulo Cava.

Ademais, tem-se no caso, em oposição ao consagrado homem de teatro, o envolvimento de uma poderosa instituição financeira. Como se sabe, tudo se pode esperar dessa escória de sanguessugas que sempre atuou livremente, inclusive lesando consumidores de forma criminosa, num mercado sem lei — ou melhor, num mercado cuja lei é feita por eles mesmos, via captura dos órgãos reguladores e corrupção sistemática dos tribunais.


Proposta Indecente do Itaú   Ao Sinparc (Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de MG), produtores, diretores, atores, grupos e cias: Minha resposta e do Teatro da Cidade a esta proposta indecente foi a seguinte: Com quanto o Banco Itaú entra para complementar o ingresso que deve ter redução de 50% para fazer média com os clientes do banco? Se ele entrar com os outros 50% está tudo bem. Mas como sei que é mentira, propaganda enganosa, o Itaú quer apenas lucrar (mais e mais), desta vez com o nosso dinheiro na bilheteria, não houve nem resposta da parte deles. Bem, logo depois da veiculação da propaganda na TV recebemos vários telefonemas que perguntavam se os 50% de descontos para os clientes do Itaú se aplicavam à meia-entrada. Ou seja: Meia = 15,00 / clientes do Itaú = 7,50. E ai o caos está instalado. Tem gente brigando e xingando ao telefone quando o Teatro da Cidade responde que não fazemos parte desta (roubalheira) “promoção do banco”. O Sinparc deve denunciar esta propaganda na justiça e conseguir retirá-la do ar. Simples assim: propaganda enganosa, qualquer juiz defere uma liminar contra banco em 15 minutos. Produção teatral não é um produto bancário. Por que eles não dão descontos de 50% nos juros astronômicos que cobram em suas operações de crédito? E agora querem cumprimentar com nosso chapéu? Se algum teatro de BH aceitou isto, vai ter problemas com produtores que alugam seu espaço. Vai ter polícia na porta para fazer valer a “promoção” do Itaú, como se fosse lei. Por falar nisso, é bom lembrar que o Itaú comprou o Bemge – Banco do Estado de Minas Gerais – no governo FHC/Azeredo, na época das privatizações nos anos 90. O Bemge era um banco do governo mineiro patrocinador da cultura e da arte em Minas. Com lei e sem lei de incentivo. O Itaú nunca colocou um centavo na cultura aqui no estado, mesmo depois de ter ficado com mais de 1000 agencias e uma carteira com 500 mil funcionários públicos que, obrigatoriamente, tiveram que manter as contas no banco para receber seus salários. Então, Sinparc, está na hora de ir pro confronto e deixar a conversa mole e negociação de lado. Depois que a porta estiver arrombada e alguns teatros aceitarem esta picaretagem do banco, não tem mais volta. A vida não é feita só de Campanha de Popularização! E vai ser engraçado ver nos postos da campanha os clientes itaú exigindo o desconto sobre o ingresso de 10 reais. Coragem, meninos! Justiça neles! Ou no mínimo denunciem na mídia, internet, sites, etc. Abraços Pedro Paulo Cava PS: Ao meu querido Rômulo presidente do Sinparc - Vi as fotos suas com a Dilma recebendo a Medalha da Inconfidência. Parabéns e aproveite que a comenda está quente em volta do pescoço e em nome de todos, interpele o Itaú. Grande abraço. Por: Pedro Paulo Cava













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