quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mozart Lisboa e a "estratégia macumbística de moralidade canalhesca e eficácia duvidosa" de Aécio Neves


O senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, principal pré-candidato da oposição às eleições presidenciais de 2014, concedeu na semana passada entrevista à revista Época.


Um fundamental equívoco estratégico cometido por Aécio não passou desapercebido ao colega Mozart Lisboa, insigne representante de minha geração na Casa de Afonso Pena e autor de escritos inspiradíssimos sobre os mais variados temas, nomeadamente direito e política. 


Entre as curtas e impagáveis 'pérolas' usualmente publicadas pelo Mozart em rede social de que participo, encontra-se nesta semana a seguinte, que, com sua vênia, faço aqui reproduzir: 


"Li a entrevista do Aécio Neves na Época. 
Dentro do PSDB, é barbada. Mas se ele fizer o mesmo discurso nas eleições, perde por "knock out" no primeiro turno. O homem só fala de problemas ligados ao dinheiro.
Ora, se for só esse o tema, duvideodó que o grande empresariado esteja insatisfeito com o "capitalismo chinês" do governo e que o povão queira perder a mesada (o Bolsa-Família é a criança do PSDB, que foi sequestrada pelo PT e registrada em nome deste último em cartório).
Não vejo o menor sinal do alegado "cansaço do modelo". Se a prosa for só essa, Governador, o Sr. terá que torcer para a crise dasabar sobre nós, estratégia macumbística de moralidade canalhesca e eficácia duvidosa.
(do capítulo Corrupção e Democídio Não Se Discutem Em Eleição, da obra Verdades e Outras Lorotas Sobre Porríssima Nenhuma, página por escrever)"


A entrevista com Aécio Neves pode ser lida, conforme publicada no sítio de Época, por meio do atalho infra



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Na expectativa do 'derby' da degola


Contrariando a expectativa inicial da generalidade dos mineiros, o confronto entre Atlético e Cruzeiro que encerra a participação de ambos os clubes no Campeonato Brasileiro de 2011, no próximo domingo, 4 dez., não envolverá disputa de título ou de vaga na Copa Libertadores, senão a modesta expectativa do primeiro de, no próximo ano, ocupar uma vaga na Copa Sul-Americana, e do segundo a última esperança de livrar-se do rebaixamento para a segunda divisão do Brasileirão.



Quase tanto quanto fiquei entristecido pelo decesso do América — fulminado na semana passada pela irresistível força do Tricolor Paulista, quando vinha a bater um a um os líderes do certame —, não me agradaria ver também o Cruzeiro a cerrar fileiras entre os times de segunda linha no ano que vem, o que é incompatível com a história e a tradição futebolística do clube. 


Mas, a julgar pela recente trajetória de um e de outro neste campeonato, o jogo do próximo fim de semana entre um renovado Atlético e um abatido Cruzeiro tem tudo para se converter no primeiro 'derby da degola' do futebol mineiro em todos os tempos.







segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Direito da Educação


Meu velho amigo Prof. Dr. José Luiz Borges Horta, da Universidade Federal de Minas Gerais — recém tornado de temporada de estudos de pós-doutorado na Universidade de Barcelona, Espanha —, concedeu com o brilho de costume, na última terça-feira, 22 nov., entrevista ao vivo à Rádio Justiça, sobre Direito Constitucional da Educação. 

Os interessados no tema podem ter acesso ao respectivo arquivo de áudio por meio do atalho infra.


Entrevista do Prof. José Luiz Horta à Rádio Justiça
sobre Direito Constitucional da Educação



domingo, 27 de novembro de 2011

Um Choppeto no 'happy hour'


Tornei neste fim de semana ao Choppeto, bar ao que parece há não muito em funcionamento na av. Contorno, n. 1.916, quase esquina com av. Assis Chateuabriand, no bairro Floresta, em Belo Horizonte.


Nesta como noutra oportunidade, meu cicerone foi o vizinho e habitué da taberna Roberto Auad  homem do Direito tanto quanto da política e da boêmia —, dileto amigo com quem ultimamente tenho tido o prazer de tornar a conviver, passados mais de vinte anos dos tempos em que freqüentávamos os bancos da Casa de Afonso Pena.

Minha segunda visita ao Choppeto — desta feita no início da noite, uma vez que o funcionamento da casa não avança muito pela madrugada — confirmou algumas das impressões que eu inicialmente tivera e me trouxe novas, umas altamente positivas, outras nem tanto.

A primeira, mais marcante e mais favorável delas diz respeito à atmosfera simples e informal, mas agradavelmente acolhedora, que convida o apreciador de bons botecos a se sentir em casa e se animar na prosa com os amigos.

Junte-se a isso uma natural simpatia e cordialidade na forma de receber e atender, o que em mim desperta, incontinenti, o desejo de tornar outras vezes ao local.

Contribui para tanto também um cardápio com boas opções, entre petiscos vários, de suculentos espetos preparados na brasa, bem servidos e a preços honestos. Experimentei e aprovei tanto a mozzarella quanto as mini-salsichas e o fillet envolto em bacon

O menu musical, segundo soube disponível apenas em algumas noites da semana, constitui outro ponto alto da casa. Assisti à apresentação do músico Leo Barreto, cuja versatilidade permite que se ouça diversos gêneros de bom gosto — tais como rock, pop e MPB — com a mesma qualidade de melodia e fidelidade aos arranjos originais. A atração musical, por si, justifica a visita ao lugar.

É bem verdade que, uma vez lotada a casa — seja em razão da música, seja pelos demais atrativos —, alguns inconvenientes se fazem logo sentir. 

O natural ruído ambiental conduz a uma elevação do volume do som a níveis algo desconfortáveis, tornando impossível, sobretudo na área interna, manter a conversação em tom civilizado.  

A equipe de atendimento, por sua vez, parece insuficiente em número e, por mais boa vontade que revele, não se mostra capaz de servir com presteza e eficiência. 

Em qualquer circunstância, a oferta de bebidas é limitada. Há coquetéis aparentemente bastante pedidos pela clientela, como a caipirinha, mas, para a grande maioria dos freqüentadores, que bebe cerveja, simplesmente não há escolha: são oferecidas apenas duas sofríveis marcas de pilsen comum, ambas igualmente insossas e destinadas a agradar tão-somente a paladares menos exigentes. Nem sinal das pilsen extra e premium, muito menos das cervejas escuras, de um lado, ou das weiss, de outro. E ao contrário do que sugere o nome, também não há chope como pièce de résistence do bar

Por fim, além de não haver uma política clara e um modo bem organizado de registro de consumo — se por mesa ou por notas individuais de despesa —, o estabelecimento só recebe dinheiro ou cheque, deixando em 'palpos de aranha' aqueles renitentes e desprevenidos, como eu, usuários preferenciais de meios eletrônicos de pagamento.

Mas mesmo essa última limitação se contornara, quando de minha primeira visita, com a simpatia e a cordialidade a que há pouco me referi: sem dispor de suficiente dinheiro em espécie, acabei por combinar com o proprietário da casa de simplesmente pagar depois, lastreado, naturalmente, no poderoso aval de meu bom amigo Auad.

Assim, entre consideráveis atrativos e uns pequenos inconvenientes, todos facilmente corrigíveis pela administração, consigno aqui a recomendação, que tenho feito aos amigos, de usufruir no Choppeto de um agradável happy hour.

     





quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Magistrados ineptos, condenações pífias e efeitos reversos





A notícia supra, publicada pelo sítio eletrônico JusBrasil e transmitida pela colega Marcia Cristina Diniz Fabro a grupo de discussão de que participo, soa-me, tal qual tantas outras semelhantes que diariamente se lêem nos jornais, como anedota de mau gosto.


Afinal, condenar o Bradesco, desde há muito o maior banco privado brasileiro, a indenizar em R$ 3 mil — isso mesmo; registre-se e leia-se por extenso: três mil reais! — por causar dano moral a cliente pela inscrição indevida e deliberada de seu nome em cadastro negativo de crédito é nada mais que risível!  


Antes que uma suposta sanção, trata-se, reversamente, de um autêntico estímulo a que esse tipo de comportamento negligente e irresponsável de parte das instituições financeiras permaneça inalterado. 


Afinal, na lógica puramente econômica e estritamente amoral das empresas, muito mais em conta que investir em recursos humanos, tecnológicos e procedimentais para evitar graves desacertos dessa natureza é assumir o risco de causar danos em massa aos consumidores para  se e quando acionadas judicialmente, e uma vez eventualmente condenadas em definitivo após a longa marcha processual  pagar algum dia as pífias indenizações arbitradas pelo Poder Judiciário, ora simplesmente obtuso, ora desavergonhadamente venal. 


Não entenderam o raciocínio, senhores julgadores? Querem que eu desenhe?


No caso, aliás, é bem provável que a senhora juíza, do alto de sua ignorância jurídica e de seu despreparo para a função — pois, afinal, para exercer a judicatura a que lhe serviria estudar, por exemplo, as complexas relações entre direito e economia? — e alheia à iniqüidade intrínseca e aos perversos efeitos econômicos em escala de sua decisão, tenha retornado à casa com a leda presunção de ter cumprido seu dever.


Em verdade, o que resulta desse tipo de decisão é que os néscios e ineptos julgadores, deliberadamente ou não, acabam por premiar os autores do dano moral e fazer troça do constrangimento, da dor e do sofrimento experimentados pelas vítimas.  


Eis porque tenho dito, repetidamente, que a responsabilidade civil não é nem jamais foi tema levado a sério pelo Poder Judiciário no Brasil.


Post scriptum, a propósito de um comentário recebido do dileto colega Marco Aurélio Gomes Cunha noutro ambiente:

Se ao menos houvesse paridade d'armas... Quem sabe se os consumidores pudessem custear faustosas viagens à guisa de seminários jurídicos realizados na Costa do Sauípe ou na Ilha de Comandatuba, senão em Mallorca ou Santorini, a fim de 'doutrinar' nossos magistrados a respeito de responsabilidade civil e mensuração econômica de dano moral — tal como fazem os bancos, as seguradoras e as empreiteiras, bem ainda as organizações de modo geral ligadas à indústria e ao comércio —, talvez assim os tribunais se tornassem mais sensíveis ao candente problema do dano moral no Brasil. Do contrário, não passa disso: Bradesco condenado a indenizar cliente em R$ 3 mil (uma vez mais, por extenso: três mil reais), por conduta de resto dolosa e geradora de grave dano para a vítima. É invariavelmente assim. Com o Poder Judiciário que temos, não há como esperar que seja diferente.



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

STJ: Ministros mais carecem de qualidade e lisura que de 'autonomia intelectual'


Tomei conhecimento, por intermédio do colega Osvaldo Castro — editor de um blog 
que leva o seu nome e oferece rico conteúdo, no endereço osvaldodecastro.blogspot.com —, da seguinte manifestação do ministro Humberto Gomes de Barros, do Superior Tribunal de Justiça, aparentemente consignada em voto de S. Exa.:

"Não me importa o que pensam os doutrinadores. Enquanto for ministro do Superior Tribunal de Justiça, assumo a autoridade da minha jurisdição. O pensamento daqueles que não são ministros deste Tribunal importa como orientação. A eles, porém, não me submeto. Interessa conhecer a doutrina de Barbosa Moreira ou Athos Carneiro. Decido, porém, conforme minha consciência. Precisamos estabelecer nossa autonomia intelectual, para que este Tribunal seja respeitado. É preciso consolidar o entendimento de que os Srs. ministros Francisco Peçanha Martins e Humberto Gomes de Barros decidem assim, porque pensam assim. E o STJ decide assim, porque a maioria de seus integrantes pensa como esses ministros. Esse é o pensamento do Superior Tribunal de Justiça e a doutrina que se amolde a ele. É fundamental expressarmos o que somos. Ninguém nos dá lições. Não somos aprendizes de ninguém. Quando viemos para este Tribunal, corajosamente assumimos a declaração de que temos notável saber jurídico - uma imposição da Constituição Federal. Pode não ser verdade. Em relação a mim, certamente, não é, mas, para efeitos constitucionais, minha investidura obriga-me a pensar que assim seja."
(Ministro Humberto Gomes de Barros, STJ, AgReg em ERESP n° 279.889-AL)

Diferentemente da má impressão que formei ao longo de anos de atuação profissional perante o STJ a respeito do desempenho da maioria de seus membros, não faço maiores ressalvas ao trabalho do min. Gomes de Barros, especificamente, muito embora não conheça em detalhes sua trajetória no tribunal ou fora dele


Todavia, a afirmação de que "Não me importa o que pensam os doutrinadores", acompanhada das demais parvoíces que seguem na transcrição, parece traduzir postura de duvidoso acerto para um aplicador do direito, ainda que perfilhe as hostes do rasteiro 'realismo jurídico'


Para além do equívoco conceptual, a manifestação do min. Gomes de Barros trai a presunção, a empáfia e a arrogância típicas daqueles que se consideram alçados aos píncaros do universo jurídico apenas porque eventualmente titulares de assento em uma corte judiciária qualquer.


Mais: Não é exatamente de "autonomia intelectual" que os membros do STJ carecem para que sejam devidamente respeitados e acreditados pela sociedade.


Ademais do preparo intelectual que a tantos falta para o exercício da magistratura, nomeadamente com a almejada autonomia, certo é que mais qualidade e eqüidade nas decisões e menos indolência e tráfico de interesses nos gabinetes contribuiriam infinitamente mais que a tal pretendida autonomia para lhes resgatar a respeitabilidade e a credibilidade perante a Nação.


Mas a respeito disso o min. Gomes de Barros, tal como a maioria de seus colegas  todos mergulhados na jactância e no obscurantismo próprios dos medíocres —, revela escassa ou nenhuma preocupação.

 

 

Plenário do STJ: Ministros mais carecem de seriedade
e honestidade que de "autonomia intelectual" para
angariar o respeito e o crédito da sociedade




terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mais imagens do XI ENEE

A pedidos, mais flagrantes da delegação da Casa de Afonso Pena presente no XI Encontro Nacional de Estudos Estratégicos.





















segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Judiciário entre a desfaçatez e o escárnio


Novamente, e um tanto a contragosto, sinto-me no dever de indicar aos leitores texto publicado pelo mesquinho escrevinhador Ricardo Noblat.


Trata-se de matéria de autoria da jornalista Carolina Brígido, de O Globo, a respeito de mais uma medida que se situa entre a desfaçatez e o escárnio com que a malta do Poder Judiciário costuma tratar a sociedade brasileira.

O tema, embora tristemente repetido e repetitivo, não deixa de valer uma breve visita ao blog do dito escrevinhador, o que pode ser feito por meio do atalho infra



"O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Cezar Peluso, mandou retirar do site do CNJ as iniciais dos nomes dos magistrados que respondem a processos administrativos nos tribunais estaduais.
Os dados constavam no "Sistema de Acompanhamento de Processos Disciplinares contra Magistrados" desde o último dia 11. Peluso criou o sistema para dar mais transparência às investigações. A mudança foi feita a pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). [...]"



sábado, 19 de novembro de 2011

UFMG no XI ENEE

Abaixo, imagens da delegação da Casa de Afonso Pena, liderada pelo Prof. Dr. Joaquim Carlos Salgado, presente ao XI Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, que se realizou entre 16 e 18 de novembro de 2011, na Escola Naval, no Rio de Janeiro, RJ.











terça-feira, 15 de novembro de 2011

XI Encontro Nacional de Estudos Estratégicos


A Secretaria de Assuntos Estratégicos - SAE da Presidência da República promove, juntamente com o Ministério da Defesa, o XI Encontro Nacional de Estudos Estratégicos - XI ENEE, entre 16 e 18 de novembro de 2011, no Rio de Janeiro, para debater o tema “Indústria de Defesa Brasileira: Políticas e Perspectivas”.

O encontro trata de questões estratégicas para o País e para o setor da indústria nacional, tendo por objetivo produzir insumos para a implementação de políticas públicas mais eficazes em setores estratégicos, além de reunir civis e militares em torno de uma agenda de interesse do Estado.

O XI ENEE conta com a participação de autoridades, especialistas, acadêmicos, militares, estudantes, membros da comunidade científica, servidores públicos, representantes de organizações não governamentais e do setor privado, a fim de aprofundar o debate em nível nacional e ampliar a participação da sociedade brasileira na proposta.



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Renault Duster riscado do caderno de compras





Há dias, conquanto tenha feito incontáveis ressalvas ao carro, resolvi dar andamento a tratativas que me poderiam levar a adquirir um Renault Duster, recente lançamento da marca francesa no Brasil.

Meu propósito era o de estimar o custo de aquisição do veículo com os descontos resultantes de benefícios fiscais e políticas de comercialização voltados a produtores rurais, categoria em que legalmente me insiro, conforme cadastro respectivo junto aos órgãos públicos competentes.

Tentei estabelecer contacto por telefone e por e-mail com as duas concessionárias Renault situadas em Belo Horizonte, Valence e Minas France, a fim de obter cotação para uma unidade do Duster na versão Dynamique, com motor 2.0 litros e câmbio automático.

A atendente da Valence, concessionária em que eu já havia sido extremamente mal atendido noutra oportunidade, disse-me ao telefone que repassaria minha demanda ao único vendedor responsável pelas ditas 'vendas especiais', categoria em que se inserem aquelas a produtores rurais. Supreendentemente, soube então que um único vendedor cuida do atendimento a segmentos de clientes tais como pessoas jurídicas, taxistas, portadores de necessidades especiais e ruralistas. Como se tratava do mesmo vendedor que me atendera de forma desatenciosa e desinteressada noutra ocasião, quando meu irmão estava por adquirir um utilitário Kangoo, desisti de dar seguimento a qualquer negociação.

À Minas France me dirigi via correio eletrônico. Recebi de pronto uma resposta curta e burocrática, por meio da qual o vendedor, sem atender ao meu pedido de cotação de preço e condições de pagamento, prometia uma resposta para breve. Essa resposta jamais sobreveio. Passados uns tantos dias, resolvi fazer novo contacto. Ao telefone, a atendente da Minas France disse que aquele vendedor  ali também!  era o único competente para tratar das tais vendas especiais. Em outras palavras, se eu quisesse a cotação do veículo, teria de esperar sua boa vontade. Uma vez mais, perdi o interesse por entabular a negociação.

Obstinado no intento de haver uma proposta de venda, liguei para o serviço central de atendimento ao consumidor da Renault, no Paraná. Após percorrer um autêntico calvário no confuso e precário sistema de direcionamento por números a um atendente, consegui enfim ouvir voz humana. Expliquei o problema ao atendente e ele, sem se preocupar em registrar para ulterior correção o absurdo desinteresse das concessionárias locais, prometeu-me que a loja mais próxima da Capital mineira haveria de me telefonar nas próximas horas.

Com efeito, recebi em poucos minutos telefonema de um vendedor da concessionária Carmo, situada na vizinha cidade de Sete Lagoas. Dali, enfim, consegui obter uma cotação de preço para o Renault Duster, não sem ver incluso, naturalmente, o inaceitável ágio sobre o preço anunciado pela fábrica, que eu já denunciara no Blog do Braga da Rocha em anterior post sobre o assunto.

Naturalmente, desisti de qualquer expectativa de compra do Duster e, provavelmente, de veículo algum da Renault.

A mim parece inacreditável e inadmissível que um cliente interessado em um bem de consumo algo restrito, como são os automóveis na faixa de US$ 40 mil no Brasil, tenha de perseguir vendedores e implorar-lhes atenção.

Também não me parece coerente que a uma ampla e agressiva campanha publicitária como aquela feita pela Renault a respeito de seu mais recente lançamento, o sport utility Duster, corresponda o descaso e a negligência de concessionárias e funcionários responsáveis pela efetiva comercialização do produto.

Seja como for, se é assim que os clientes da Renault são recebidos ao manifestar seu interesse por um produto em plena fase de lançamento, imagine-se como serão atendidos no chamado 'pós-venda', isto é, após a compra.

Não por acaso o resultado desse desapreço ao consumidor é empiricamente percebido, sem maior dificuldade, pelos mais atentos ao mercado automobilístico: dois meses depois do lançamento, não se vê presença ostensiva ou marcante do Renault Duster nas ruas.

Com seu líder de vendas no segmento dos SUV compactos — o obsoleto porém inabalável EcoSport —, a Ford agradece.  



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domingo, 13 de novembro de 2011

Programa 'Km de Vantagens', da Ipiranga: um aparente engodo


Eis reclamação que recentemente consignei no elogiável sítio eletrônico Reclame Aqui em relação ao programa de fidelidade 'Km de Vantagens', da bandeira de postos de combustíveis Ipiranga.

Oportunamente darei seguimento a minhas observações sobre esse programa, que considero um engodo, senão mesmo, em rigor, um instrumento de marketing verdadeiramente fraudulento.





sábado, 12 de novembro de 2011

VII Fórum Brasileiro de Combate à Corrupção na Administração Pública


A Editora Fórum promove, entre os dias 8 e 9 de dezembro vindouros, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília, DF, o VII Fórum Brasileiro de Combate à Corrupção na Administração Pública.


A elogiável iniciativa, com a qual já tive a satisfação de colaborar diretamente noutras oportunidades, conta com a participação de autoridades e estudiosos do problema da corrupção, tendo lugar anualmente por ocasião das comemorações do alusivas ao Dia Internacional contra a Corrupção, instituído na data em que foi firmada por diversos países, inclusive o Brasil,  a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, aos 9 de dezembro de 2003, na cidade de Mérida, México.


Maiores informações sobre o VII Fórum Brasileiro de Combate à Corrupção na Administração Pública podem ser obtidas na página do evento, a que se pode ter acesso por meio do banner abaixo reproduzido.







quarta-feira, 9 de novembro de 2011

De pornografia e da indecência na magistratura


Depois de ter estabelecido há alguns anos uma longa e desgastante contenda verbal pública com o jornalista Ricardo Noblat — outrora um respeitável e combativo homem de imprensa, que se notabilizou por ter enfrentado corajosamente a máfia de Joaquim Roriz no Distrito Federal, e hoje não mais que um presunçoso e detestável escrevinhador —, deixei de acompanhar seu trabalho e de recomendar a leitura de seu
blog, que reconheço, todavia, como de nível bem acima da média de seus congêneres.


Nesta oportunidade, entrementes, identifico uma irresistível razão para me reportar ao Blog do Noblat: A publicação de artigo da autoria de Elio Gaspari, arguto colunista de O Globo, a respeito do progressivo apequenamento do Poder Judiciário no contexto das instituições republicanas, uma vez tomado, no dizer do articulista, pela insensatez e pelo corporativismo que têm lançado sua imagem no balcão das causas perdidas.


Pode-se ler o primoroso texto  com o que se poderá compreender a referência feita no título deste post — utilizando como atalho a imagem infra
   




"As guildas de magistrados organizam eventos arrecadando patrocínios junto a empresários e instituições que têm interesse em processos que podem passar por suas mesas. Isso para não falar do turismo embutido em muitos congressos, conferências e reuniões de fancaria. [...]
A magistratura é uma carreira vitalícia iniciada, por concurso, num patamar de R$ 18 mil mensais, com dois meses de férias, aposentadoria integral e plano de saúde. Ninguém pode demitir um juiz. Já o juiz pode ir embora no dia que quiser, passando para a advocacia privada, muitas vezes com êxito."

domingo, 6 de novembro de 2011

"Da força da grana que ergue e destrói coisas belas"


Assisti na semana passada pela televisão, entre escandalizado e consternado, à transmissão ao vivo da implosão controlada e quase simultânea de dois prédios situados no Setor Hoteleiro Sul de Brasília, DF, em operação anunciada como mais uma entre as preparatórias para a realização da Copa do Mundo de futebol em 2014.



Em cerca de 5 segundos foram ao chão edifícios de cerca de 15 pavimentos que abrigavam dois dos mais antigos hotéis da Capital federal, um deles o já decadente — mas, a seu modo, harmonioso e elegante — Hotel das Nações, e outro o não menos belo Hotel Alvorada, que identifico como genuínas expressões da arquitetura modernista, tal como veio a constituir nota marcante e elemento indissociável da própria identidade daquela majestosa cidade, há meio século radicada no inóspito Planalto Central. 


Em minhas lembranças de hóspede eventual do Hotel das Nações, antes mesmo de me tornar morador de Brasília, consta uma simples mas imponente construção erguida às margens do Eixo Monumental, tingida de azul celeste, de linhas retas e limpas, com uma charmosa pérgula à entrada e um confortável pé-direito no átrio interno.


A infra-estrutura do prédio há tempos se encontrava, sem dúvida, extremamente defasada em relação aos padrões da hotelaria contemporânea e mesmo aos conceitos arquitetônicos hoje em voga. 


Mas não haveria reforma ou reestruturação que lhe pudesse promover a necessária adequação e atualização? Não seria possível a construção de um ou mais anexos, preservando-se a edificação principal?


Não, definitivamente não, aos olhos do capital terceiro-mundista que não conhece o mais ínfimo respeito à cultura, à história e à memória  de que a arquitetura, saliente-se, constitui uma dimensão inequívoca e altamente expressiva nos espaços urbanos. Mais em conta que restaurar e adaptar fica, sem dúvida, derrubar sumariamente o que existe para em seguida erguer, nos vagos remanescentes, arranha-céus inteiramente novos e reluzentes.


O Poder Público  a quem compete velar pelo patrimônio urbanístico, cumprindo e fazendo cumprir diretrizes de conservação e preservação —, por sua vez, é não só cúmplice da sanha arrasadora do poder econômico como, outrossim, costuma patrocinar ele próprio ações de idêntico jaez.   


Há pouco, também em Brasília, na mesma corrente das famigeradas 'obras para a Copa do Mundo', imolou-se o pequeno e garboso estádio Mané Garrincha, cujo desenho consistia em um primor de leveza traduzida em concreto, a fim de dar lugar a u'a modernosa arena esportiva. 


Naquela como nesta oportunidade, pareceu tanto mais conveniente aos detentores do poder político quanto atraente para os agentes econômicos substituir, simples e grosseiramente, o antigo pelo novo, em vez de buscar promover o diálogo e a conciliação entre tais elementos no cenário arquitetônico da cidade.


E isso, afinal, não tem nada de novo. Ou, se novidade há, esta se limita ao inédito estímulo suplementar e ao singular pretexto adicional de auferir-se os dividendos políticos e econômicos resultantes da realização, em correspondência a um ruidoso afã coletivo, de um evento esportivo de predileção nacional e repercussão mundial. 


Mas o que se vê em Brasília corresponde, em escala reduzida, ao que vem acontecendo de forma mais ou menos silenciosa nestas franjas da civilização desde pelo menos a quadra do pós-guerra: em nome de pretensas conquistas da modernização, lança-se ao chão a cultura, a história e a memória das cidades.








quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Renault Duster: um SUV que quase convence, mas que não impressiona


Interessado em trocar meu pequeno sport utility
, dirigi-me dia desses a uma concessionária a fim de conhecer o novo Renault Duster, recente lançamento da marca francesa destinado a concorrer no segmento do mercado brasileiro hoje sob o domínio absoluto do Ford EcoSport.
Segundo as impressões que pude colher no show room da loja, o carro, se não decepciona inteiramente, está longe de causar empolgação.

Com um design que apresenta ares de um legítimo sport utility vehicle - SUV transmite a idéia de força e robustez típica dos produtos oriundos do Leste Europeu — trata-se, afinal, de projeto originalmente desenvolvido pela fabricante romena Dacia, que integra o grupo Renault —, o carro tem porte imponente e conta com razoável espaço interno para até 5 pessoas, além de generoso porta-malas com capacidade superior a 400 litros. Entre as opções de motorização, a Renault oferece seu eficiente propulsor de 2.0 litros de capacidade cúbica e 142 cavalos de potência máxima, já testado e aprovado no mercado brasileiro.
Se as virtudes gerais são evidentes e inequívocas, não menos expressivos são os graves defeitos pontuais que apresenta o Duster, todos eles perfeitamente evitáveis, assim quisesse a Renault. 

No exterior sobressaem os apliques cromados, usados de forma abusiva e destoante da proposta do veículo, um modesto e austero utilitário.  

O acabamento do interior, por outro lado, é pobre para um carro que chega a custar em torno de R$ 70 mil. A forração é de extrema simplicidade e se misturam nos painéis frontal e das portas, bem como no console central, variados tipos e texturas de plásticos rígidos que, além de produzir certa confusão e poluição visual, são pouco agradáveis ao tato e comunicam a impressão de demasiadas singeleza e fragilidade. 

O aceitável câmbio automático de 4 marchas com troca seqüencial só é oferecido, incompreensivelmente, na versão de tração simples — repetindo, nesse particular, a estúpida configuração também presente na linha EcoSport. Quem quiser tração integral que se vire com a trabalhosa transmissão de acionamento manual e o torturante pedal de embreagem. Quem não abre mão do conforto da transmissão automática que se contente com a convencional tração somente nas rodas dianteiras.

Por falar na versão equipada com tração integral  recurso acionado por um conveniente seletor rotativo no painel , essa é, de forma igualmente incompreensível, a única que conta com suspensão traseira independente do tipo Mac-Pherson, com multi-link. Nas demais, inclusive a versão de topo Dynamique, o consumidor deve se resignar com o obsoleto e precário eixo de torção, atentado à estabilidade que de resto constitui deplorável regra no mercado brasileiro.

Para coroar as impressões negativas, as condições de comercialização se apresentam bastante hostis ao consumidor. Repetindo o que se deu quando do lançamento do sedan Fluence, ao procurar uma concessionária o cliente encontra estoque limitado para pronta-entrega, encargos de financiamento acima da média do mercado e — pasmem! — a inaceitável prática de ágio em relação ao preço divulgado pela fábrica. Com efeito, a concessionária Valence de Belo Horizonte pedia pelo Duster, na versão Dynamique equipada com motor de 2.0 litros e câmbio automático, nada menos que R$ 69,9 mil iniciais, contra os R$ 64,6 mil constantes na tabela oficial da Renault. Um sobrepreço, pois, da ordem de R$ 5 mil. Paga esse montante o tolo que assim quiser.

Entre virtudes consideráveis e vícios vários, pois, o Renault Duster é um veículo que causa favorável impressão inicial e quase chega a convencer a quem procura um SUV compacto e valente para uso misto sobre asfalto e terra, na dita 'faixa de entrada' do mercado, onde também se situam, além do Ford EcoSport, o Hyundai Tucson e o Mitsubishi Pajero TR4, todos em avançado estado de obsolescência. 

Mas, examinado em detalhes o carro e vistas detidamente as condições de comercialização nesta fase de lançamento, o produto franco-romeno está longe de despertar mínima empolgação a um consumidor dos mais exigentes. 




     

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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Finados, por Bouguereau


Torno a William Bougereau, como já fiz no passado, neste dia em que se lembram e se reverenciam os mortos.


Veja-se o retrato de profunda dor e, ao mesmo tempo, natural resignação da figura à direita nessa que considero uma das mais expressivas obras de Bouguereau, senão de toda a pintura oitocentista, em sua vertente realista.

Tal realismo em Bouguereau me parece altamente sigular, pois não deixa de preservar um quê de idealismo formal, ao tempo em que assum também traços quase fotográficos.



Finados, de William A. Bouguereau (1859)


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Mais uma farra de magistrados custeada por governos e empresas


Não tornarei a comentar a respeito. Nada resta a dizer. 
É sempre mais do mesmo. 


Doravante limitar-me-ei a registrar as incontáveis notas públicas sobre fatos que evidenciam a licenciosidade e a indigência moral dessa camarilha que costuma desfrutar de folguedos a expensas de governos e grandes empresas  tanto públicas como privadas, saliente-se — para, em seguida, ter a desfaçatez de dizer-se isenta no decidir sobre os interesses e a vida de cada um de nós.





"Cerca de 320 juízes e seus acompanhantes estão contando com o apoio de empresas estatais para fazer turismo esportivo em Porto de Galinhas (PE). O Banco do Brasil e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), vinculada ao Ministério das Minas e Energia, bancaram parte dos Jogos Nacionais da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), uma maratona de provas em resorts à beira-mar, com modalidades que vão do tiro esportivo ao pingue-pongue e ao dominó.
Os Jogos Nacionais da Anamatra começaram no sábado e terminam nesta quarta-feira. A Anamatra admite ter recebido R$ 180 mil em patrocínios, sendo R$ 50 mil do BB e R$ 35 mil da Chesf. A Secretaria de Turismo de Pernambuco também contribuiu com despesas de uma orquestra de frevo. Completam a lista de beneficiadores empresas como Oi e Ambev."