domingo, 27 de novembro de 2011

Um Choppeto no 'happy hour'


Tornei neste fim de semana ao Choppeto, bar ao que parece há não muito em funcionamento na av. Contorno, n. 1.916, quase esquina com av. Assis Chateuabriand, no bairro Floresta, em Belo Horizonte.


Nesta como noutra oportunidade, meu cicerone foi o vizinho e habitué da taberna Roberto Auad  homem do Direito tanto quanto da política e da boêmia —, dileto amigo com quem ultimamente tenho tido o prazer de tornar a conviver, passados mais de vinte anos dos tempos em que freqüentávamos os bancos da Casa de Afonso Pena.

Minha segunda visita ao Choppeto — desta feita no início da noite, uma vez que o funcionamento da casa não avança muito pela madrugada — confirmou algumas das impressões que eu inicialmente tivera e me trouxe novas, umas altamente positivas, outras nem tanto.

A primeira, mais marcante e mais favorável delas diz respeito à atmosfera simples e informal, mas agradavelmente acolhedora, que convida o apreciador de bons botecos a se sentir em casa e se animar na prosa com os amigos.

Junte-se a isso uma natural simpatia e cordialidade na forma de receber e atender, o que em mim desperta, incontinenti, o desejo de tornar outras vezes ao local.

Contribui para tanto também um cardápio com boas opções, entre petiscos vários, de suculentos espetos preparados na brasa, bem servidos e a preços honestos. Experimentei e aprovei tanto a mozzarella quanto as mini-salsichas e o fillet envolto em bacon

O menu musical, segundo soube disponível apenas em algumas noites da semana, constitui outro ponto alto da casa. Assisti à apresentação do músico Leo Barreto, cuja versatilidade permite que se ouça diversos gêneros de bom gosto — tais como rock, pop e MPB — com a mesma qualidade de melodia e fidelidade aos arranjos originais. A atração musical, por si, justifica a visita ao lugar.

É bem verdade que, uma vez lotada a casa — seja em razão da música, seja pelos demais atrativos —, alguns inconvenientes se fazem logo sentir. 

O natural ruído ambiental conduz a uma elevação do volume do som a níveis algo desconfortáveis, tornando impossível, sobretudo na área interna, manter a conversação em tom civilizado.  

A equipe de atendimento, por sua vez, parece insuficiente em número e, por mais boa vontade que revele, não se mostra capaz de servir com presteza e eficiência. 

Em qualquer circunstância, a oferta de bebidas é limitada. Há coquetéis aparentemente bastante pedidos pela clientela, como a caipirinha, mas, para a grande maioria dos freqüentadores, que bebe cerveja, simplesmente não há escolha: são oferecidas apenas duas sofríveis marcas de pilsen comum, ambas igualmente insossas e destinadas a agradar tão-somente a paladares menos exigentes. Nem sinal das pilsen extra e premium, muito menos das cervejas escuras, de um lado, ou das weiss, de outro. E ao contrário do que sugere o nome, também não há chope como pièce de résistence do bar

Por fim, além de não haver uma política clara e um modo bem organizado de registro de consumo — se por mesa ou por notas individuais de despesa —, o estabelecimento só recebe dinheiro ou cheque, deixando em 'palpos de aranha' aqueles renitentes e desprevenidos, como eu, usuários preferenciais de meios eletrônicos de pagamento.

Mas mesmo essa última limitação se contornara, quando de minha primeira visita, com a simpatia e a cordialidade a que há pouco me referi: sem dispor de suficiente dinheiro em espécie, acabei por combinar com o proprietário da casa de simplesmente pagar depois, lastreado, naturalmente, no poderoso aval de meu bom amigo Auad.

Assim, entre consideráveis atrativos e uns pequenos inconvenientes, todos facilmente corrigíveis pela administração, consigno aqui a recomendação, que tenho feito aos amigos, de usufruir no Choppeto de um agradável happy hour.

     





2 comentários:

  1. Mandou muito bem na avaliação! Concordo em gênero, número, grau e goles e apesar dos pequenos incovenientes, a noite foi agradabilíssima!!! Você a Ana Paula Silochi contribuíram muito pra isto, além dos anfitriões Roberto Auad e Alessandra Horta. Sem deixar de falar da brilhante presença feminina do nosso dileto grupo, gatas animadíssimas.
    Até a próxima!
    Sandra Minchilo

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  2. Ótimo texto! Descreve de maneira direta como é o estabelecimento. Nunca fui ao local, o conheço apenas de passagem, mas após ler o que foi escrito aqui, é como se eu fosse um frequentador, um conhecido do local, tamanha a riqueza detalhes.
    Muito bom!

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