terça-feira, 29 de maio de 2012

Impressões sobre o Citroën DS3, em 'première' na Grenoble


Compareci nesta noite, a convite da concessionária Grenoble, de Belo Horizonte, ao coquetel de apresentação local do Citroën DS3 Sport, veículo compacto super premium da marca francesa, recém-lançado no Brasil.

O carro, segundo as impressões que pude colher no show room da loja, corresponde plenamente ao que dele têm dito os mais abalizados e confiáveis representantes da imprensa especializada nacional, tais como M4R e Notícias Automotivas: trata-se de um produto que reúne esportividade, luxo e tecnologia em doses generosas, além de apresentar uma relação entre custo e benefício sensivelmente melhor que a de seus mais diretos concorrentes.

Concebido em intenso exercício de inventividade, com design de carroceria que traz prontamente à lembrança os carros-conceito que se vêem nos salões de automóvel mundo afora, o DS3 é um deleite para os olhos, desde o arrojado conjunto óptico na dianteira, passando pelas elegantes colunas laterais parcialmente ocultas pela ampla área envidraçada e chegando ao atraente painel de instrumentos com círculos em intersecção e luzes-espia no perímetro central. Agradam a vista e também ao tato, ainda, a alta qualidade da maior parte dos materais que revestem a cabine, com raro equilíbrio entre ousadia e bom gosto.

O propulsor — já conhecido no Brasil por equipar os Peugeot 3008, RCZ e, mais recentemente, 408 — é o eficiente e compacto quatro cilindros com 1,6 litros de capacidade cúbica, que gera consideráveis 165 cavalos de potência e, segundo testes publicados pela imprensa, leva o bólido da imobilidade aos 100 km/h em apenas 7,3 segundos, tal como fazem carros esportivos de categoria e preço muito superiores. O câmbio é de seis marchas, com acionamento manual, apenas.

As notas negativas ficam por conta da omissão no oferecimento, pela Citroën, de uma transmissão automática com trocas seqüenciais, o que se coadunaria perfeitamente com o espírito esportivo da máquina; do obsoleto eixo de torção traseiro, em lugar do sistema multi link, que se reputa obrigatório para um carro com pretensões esportivas nessa faixa de preço; e da imitação barata de fibra de carbono que exsurge em destom no deck do painel dianteiro, quando um revestimento outro qualquer — como, por exemplo, a textura emborrachada, o aço escovado ou mesmo o famigerado black piano — soaria muito mais elegante e honesto.

De qualquer modo, embora ao preço nada camarada de R$ 80 mil, em número redondos, parece assistir razão ao que escreve o editor do respeitado blog M4R, na comparação com alguns dos demais modelos do gênero oferecidos no mercado brasileiro: 

"O DS3 é um tiro de doze na boca do Audi A1, do Mini [outrora Cooper] e do [Peugeot] RCZ. O Audi é menor, menos bonito e bem mais fraco, com 122 cv. O Mini é igualmente mais fraco, em versão Salt de 120 cv, e bem menos equipado. E o RCZ, que é mais bonito e tem o mesmo conjunto mecânico, é vendido pelo preço absolutamente lunático de R$ 130 mil, completamente fora de qualquer propósito."

Outro apontamento desfavorável, em relação à première do DS3 realizada pela Citroën Grenoble, diz respeito ao despreparo da concessionária e de seu staff para a realização do  evento. 

Diferentemente do que aconteceu há cerca de dois anos, quando da apresentação do SUV ou crossover compacto AirCross, desta feita os funcionários não se encontravam a postos para exibir o veículo, demonstrar suas funcionalidades e informar as respectivas condições de comercialização aos potenciais compradores; não havia catálogos do lançamento diponíveis para todos; e o serviço de petiscos e de vinho, um acanhadíssimo frizzante rio-grandense, em lugar do obrigatório espumante francês ou italiano, revelou-se um primor de desatenção, ineficiência e sovinaria.

Resultado: Para além do gratificante contacto imediato com o corpus do produto, deixei o evento com o mesmo acervo de informações sobre o Citroën DS3 de que já dispunha previamente. Mantive também minha impressão pouco favorável à rede de concessionárias Citroën. E à saída, antes de lançar-me à redação da presente crítica, tive ainda de deter-me para 'molhar a palavra' numa taberna lá pelas bandas da Pampulha.








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