domingo, 6 de maio de 2012

A caminho da restauração do Estado do bem-estar social


François Hollande, do Partido Socialista, elegeu-se neste domingo presidente de República Francesa.

O direitista Nicolas Sarkozy, atual presidente derrotado em sua pretensão de reeleição, junta-se ao mafioso Silvio Berlusconi — o próximo da lista, aliás, parece ser o competente David Cameron entre os governantes de matiz conservador vitimados pelo ambiente de avassaladora crise econômica instaurado na Europa nos últimos tempos. 
 
Ao inclinar seu discurso na direção da extrema direita, ora vicejante na França, Sarkozy desagradou eleitores ao centro e assustou os moderados, perdendo o opoio da maioria dos franceses. 

O fato é digno de nota e bons augúrios, não apenas pela volta ao poder do Partido Socialista que no passado recente conduziu exitoso período de governo em França, com François Mitterrand mas, sobretudo, à vista do que representa como resposta do povo francês às medidas propostas para o enfrentamento da situação de crise.

Na linha do desafio que se põe para a Europa como um todo, a França teve diante de si nas últimas semanas a escolha entre, de um lado, as medidas de austeridade e arrocho generalizados, segundo a receita monetarista ortodoxa sustentada pela direita empedernida — a mesma receita, aliás, que lançou os fundamentos da presente crise, com sua pregação de incondicional subordinação às sacrossantas forças do 'mercado' — e, de outro, a política de estímulo ao crescimento fomentado pelo Estado, como querem os segmentos que vão do centro à esquerda.

Embora por nada confortável maioria, venceu a segunda proposta, que de resto sepulta, ao menos por ora, a intolerância, a xenofobia e a subserviência à Alemanha como políticas de Estado.   

Que com Hollande possa a França bem ainda a Europa, de modo geral buscar na superação da crise a plena e oportuna restauração do Estado do bem-estar social.
 



François Hollande, presidente eleito da França



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