sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Folguedos de anciã


Hoje Magali me despertou com pancadinhas do focinho úmido contra meu nariz, como fazia quando era ainda filhote.

Depois perambulou pelo meu leito — o que sabe, desde há muito, não lhe ser permitido — e acabou por se enroscar ao pé da cama, de volta a um sono profundo, não sem antes ter tomado com avidez o saboroso desjejum que eu lhe oferecera, à base de atum e cordeiro.

Há dias, para minha surpresa, havia brincado com bolinhas de papel e outros joguetes.

Já provecta e naqueles que podem ser seus últimos dias de vida, pois padece de um tumor incurável na região inguinal, Magali pareceu-me, nesses instantes, tornar alegremente aos tempos de criança.




Magali, prestes a completar 13 anos de idade




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