A festa de aniversário temática foi um sucesso!
De Penélope e Júnior, saudades...
Espaço de diversificado conteúdo de natureza jurídica, política, acadêmica, filosófica, ética, literária e artística, entre outros assuntos tão variados como gastronomia, gestão pública e defesa do consumidor. Seguimento do congênere, ora inativo, publicado até 2010 no portal UOL.
Outrora um legítmo representante da alta cozinha mineira, o Xapuri, nos últimos anos, expandiu-se de tal forma que pôs a perder toda a aura de encanto e sofisticação que no passado costumava oferecer aos clientes.
Hoje não passa de um estabelecimento cujo atendimento é do tipo padronizado, em massa, contando talvez com algumas centenas de lugares, e cozinha que mais lembra a de um fast food que a de um bistrot.
Isso se reflete, naturalmente, na qualidade dos pratos e da experiência, de modo geral, que se tem ao freqüentar a casa, convertida em não mais que um restaurante vulgar, a que casais não muito exigentes comparecem para almoçar aos domingos, arrastando consigo seus ruidosos rebentos.
E os preços? Ah, os preços - consideravelmente mais elevados que os de estabelecimentos congêneres - não mudaram nadinha!
[texto revisto]
“A afrontosa operação de socorro atesta que os tentáculos estendidos ao Judiciário pelo chefe da Famiglia já alcançaram o Superior Tribunal de Justiça”, constatou um trecho do texto aqui publicado em 29 de setembro. O post comentava a decisão consumada dias antes por três ministros do STJ: sem argumentações plausíveis, a trinca decidiu enterrar ─ vivas ─ as incontáveis provas colhidas pela Polícia Federal durante a Operação Boi Barrica, concebida para devassar bandalheiras colecionadas por parentes e agregados do presidente do Senado.Em 4 de outubro, menos de uma semana depois da constatação feita pela coluna, a desembargadora Assusete Dumont Reis Magalhães, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, tratou de escancarar a crescente desenvoltura dos chamados “juízes do Sarney”: eles agora se dispensam de camuflar as relações promíscuas que os subordinam ao mandarim do Poder Legislativo. Incluída na lista tríplice de candidatos à vaga aberta no STJ, Assusete solicitou uma audiência a Sarney para pedir-lhe que a apoiasse na luta pelo empregão. Saiu do encontro com o sorriso de quem conseguiu a bênção do patriarca.Imediatamente, o padrinho entregou a chefia da campanha a Edison Lobão. Segundo amigos da dupla, o ministro de Minas e Energia reservará um bom pedaço da agenda para “ajudar a doutora Assusete com alguns telefonemas”. [...]Até recentemente, só poderia sonhar com o STJ quem tivesse reputação ilibada. Se a exigência continuasse em vigor, Assusete teria caído fora da disputa no mesmo instante em que se ajoelhou diante de Madre Superiora. Como foi atirada ao lixo pelos embusteiros que controlam um país em acelerada decomposição moral, a abjeção pode até garantir a vitória da doutora. E, por consequência, perpetuar os podres poderes exercidos sobre o Judiciário por um senhor feudal cuja impunidade é um tapa na cara dos brasileiros decentes.
Filhos, com efeito, não são para aqueles que simplesmente querem, senão apenas para os que realmente podem — nos mais variados sentidos, saliente-se. Se é que há quem, efetivamente, possa.Filho é para quem pode
Filho é para quem pode!
Eu, não posso! Apesar de ser biologicamente saudável.
Não posso porque desconheço o poço sem fundo das minhas vontades, porque às vezes sou meio dona da verdade e porque não acredito que um filho há de me resgatar daquilo que não entendo ou aceito em mim.
Acredito que a convivência é um exercício que nos eleva e nos torna melhores, mas, esperar que um filho reflita a imagem que sonhamos ter é no mínimo crueldade.
Não há garantias de amor eterno e o olhar de um filho não é um vestido de seda azul ou um terno com corte ideal. Gerar um fruto com o único intuito de ser perfumada por ele no futuro é praticamente assinar uma sentença de sal.
Filhos não são pílulas contra a monotonia, pílulas da salvação de uma vida vazia e sem sentido, pílula "trago seu marido de volta em 9 meses".
Penso que antes de cogitar a hipótese de engravidar, toda mulher deveria se perguntar: eu sou capaz de aceitar que apesar de dar a luz a um ser ele não será um pedaço de mim e portanto não deverá ser igual a mim? Eu sou capaz de me fazer feliz sem que alguém esteja ao meu lado? Eu sou capaz de abrir mão de determinadas coisas em minha vida sem depois cobrar? Eu sou capaz de dizer "não"? Eu quero, mesmo, ter um filho, ou simplesmente aprendi que é para isso que nascemos: para constituir uma família?
Muitas das pessoas que conheço estão neurotizadas por conta de suas relações com as mães. Em geral, são mães carentes que exigem afeto e demonstração de amor integral para se sentirem bem e, quando não recebem, martirizam os filhos com chantagens, críticas e cobranças.
As mães podem ser um céu de brigadeiro ou um inferno de sal. Elas podem adoçar a vida dos filhos ou transformar essas vidas numa batalha diária cheia de lágrimas, culpas e opressões.
Eu, por exemplo, não consigo ser um céu de brigadeiro nem para mim mesma, quiçá para uma pessoinha que vai me tirar o juízo madrugadas adentro e, honestamente, acho injusto colocar uma criança no mundo já com essa missão no lombo: fazer a mamãe crescer.
Dar a luz a um bebê é fácil, difícil é ser mãe da própria vida e iluminar as próprias escuridões.
"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas