Quanto ao Renault Duster, o conjunto motriz não decepciona, se se tem em consideração o modelo equipado com motor 2.0 litros, que rende 142 cv, acoplado seja ao câmbio manual de 6 marchas, seja ao automático de 4, com troca seqüencial.
O acabamento, porém, mesmo na mais cara versão Dynamique, é paupérrimo, com uma profusão de plásticos de duvidosa qualidade que não se vêem sequer em muitos dos carros ditos 'populares'.
Na comparação com o Citroën AirCross Exclusive, sobretudo, a diferença de qualidade do acabamento fica gritante. Agregue-se a isso o design com arroubos estilísticos e a tecnologia embarcada com generosidade, além dos variados requintes comumente oferecidos pela Citroën, para que o AirCross conquiste facilmente a simpatia do consumidor médio.
Todavia, o motor 1.6 litros da Citroën, com pouco mais de 100 cv, a meu juízo se revela muito débil para levar o veículo com agilidade, sobretudo em arrancadas e retomadas. Com câmbio automático, então, mesmo contando a opção de troca seqüencial, é de se prever que o desempenho fique sofrível, abaixo da crítica.
Além disso, o AirCross é um veículo predominantemente urbano, para uso em pisos asfaltados, de boa qualidade. Aliás, diz-se que ele nada mais é que um carrinho urbano travestido de aventureiro. Apenas a altura em relação ao solo, um pouco maior que a dos carros convencionais, como seus irmãos C3 e C3 Picasso, sugere tímidas incursões em pisos não pavimentados. Mas eu não apostaria na resistência do produto a esse tipo de utilização.
Já o Duster parece constituir um autêntico SUV, de uso misto em cidade e campo, cuja robustez sugere, mesmo sem a tração integral — recurso disponível, como já assinalei com pesar, apenas com câmbio manual —, aventuras por terrenos um pouco mais acidentados.
Em síntese, parece-me que a escolha entre Renault Duster e Citroën AirCross deve se orientar, antes que unicamente pelo simples gosto pessoal, pelo perfil de uso do comprador.
Se você valoriza apelo estético e itens de conforto e tecnologia, mas não faz questão de desempenho ágil, trafega quase todo o tempo na cidade, não necessita de maior espaço no porta-malas e não pretende encarar estradas ruins, o AirCross pode ser uma boa escolha.
Já se você aprecia respostas rápidas do motor, gosta ou precisa de um bom espaço na cabine e no porta-malas, sente sedução por trilhar caminhos pouco explorados e não se importa com um visual um tanto antiquado, embora bastante singular e possivelmente atraente, sua opção pode ser o Duster.
Em tempo: Procurando responder ainda a outros aspectos da questão apresentada pelo leitor, diria que o consumo de combustível do motor 1.6 da Citroën, embora eu não disponha de dados a respeito, não há de ser extraordinariamente alto. A desvalorização dos veículos da marca, todavia, costuma resultar, com efeito, um pouco acima de média do mercado. Mas nada que inviabilize financeiramente a opção pelo veículo, segundo penso.
comparativo no sítio eletrônico da revista AutoEsporte
olá, estou adquirindo uma duster estava receioso justamente pela desvalorizaçao mas acho que é algo que nao tem como escapar, para terem uma ideia tenho um uno vivace (21.000 km )2 portas basico paguei 25 e em menos de um ano esta na tabela 20 e querem pagar 18 , faze oque acho hj em dia vai ser assim pra sempre.
ResponderExcluirO problema da desvalorização cada vez mais rápida e intensa, prezado Marcelo Almeida, diz respeito hoje aos veículos em geral, de todas as marcas e modelos, no mercado brasileiro. Não me parece que o Renault Duster, neste particular, situe-se fora da média do mercado ou, em especial, do segmento dos SUV. Mas se a Renault seguir a tratar os consumidores da forma desatenciosa e negligente que relatei noutra publicação que você deve ter lido aqui no Blog do Braga da Rocha, é bem possível que a desvalorização do Duster venha a se acentuar com o tempo.
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